sábado, 28 de março de 2015

O próximo passo


Invariavelmente, tudo começa com uma dúvida: "E agora?". Se a calça apertou, é hora da dieta rigorosa; se a grana está curta, algo precisa ser retirado do orçamento; se o trabalho anda desgastante, melhor procurar outra ocupação; e se o coração anda balançado, é preciso saber o rumo a seguir. Convenhamos: dar o passo seguinte é sempre motivo para alguma indagação - e atire pedras quem não concordar.

A gente está sempre envolto em certezas e dúvidas, a verdade é essa. "Quero isso, mas preciso daquilo". "Desejo desta forma, mas terei que abrir mão de outra coisa", e no fim das contas, poucas coisas são realmente simples e automáticas. A não ser que você seja um aventureiro desses que sai agindo instintivamente, sem pensar em consequências, culpas ou no amanhã, acho até natural dar uma (re)pensada antes de tomar decisões.

Ah, as decisões... nem sempre racionais. Nem sempre emocionais. Aposto como você, caro leitor, já se viu diante de uma encruzilhada, tendo que decidir entre o brigadeiro de panela ou os dígitos da balança, ou então sendo obrigado a optar por um relacionamento estável, mas morno, ou a liberdade solitária que lhe permite fazer o que quiser e a hora que quiser. Como diz Dilma Vana, "é da vida". Acho que ninguém tem culpa, nem deve se justificar por essas escolhas que às vezes demoram tanto a ser feitas.

A meu ver, o próximo passo é sempre motivo para 5 minutos a mais de reflexão - obviamente me refiro a situações em que as ações vão gerar alguma repercussão (antes que achem que até para levantar da cadeira e beber água eu me indago hehehe). Por exemplo: entre comer chocolate (que eu AMO!) ou ouvir elogios à minha perda de peso, tenho preferido a segunda opção, não sem sofrimento. Entre fazer uma viagem importante, sabendo que haverá gastos que não deveria ter agora, ou ficar em casa imaginando "como seria", prefiro arriscar um pouco e depois correr atrás das finanças. 

Nem tudo na vida deve ser um eterno "8 ou 80", como diria minha avó. E, olha, que para eu estar pensando assim, é sinal de que já mudei muito! Talvez o segredo seja justamente esse: estar diante de possibilidades, respirar fundo, e escolher a opção mais equilibrada, fugindo dos extremismos. Arriscar é bom. Tem um lado gostoso nessa sensação de explorar o desconhecido. É possível dizer "não" sem ser rude, é possível dizer "sim" sem subserviência, da mesma forma como não é impossível pensar "quero mais" sem que isso se torne um juramento para a vida toda.

Não estou aqui oferecendo receita de bolo a ninguém, mas, às vezes, para dar o próximo passo é preciso andar um pouquinho para trás. Vai, respira fundo, controla o frio na barriga, e constrói um novo rumo. Sempre haverá horizonte para quem acredita.

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