domingo, 18 de novembro de 2012

Pegue leve e leve a vida

E o "Fachemóvel" acabou guinchado
Um farol do carro quebrado, muitas contas vencendo, uma reforma pela metade, pouco tempo para cuidar da saúde e, de quebra, uma pane elétrica que te obriga a chamar o guincho para tirar o carro do lugar. Receita infalível para uma crise de estresse, um piti básico, queixas a não finir sobre a (má) sorte da vida, certo?! Errado.

Nos últimos meses, como pode-se notar pelo abandono deste blog, tem faltado tempo até para coisas básicas. Encarei uma eleição municipal, o corre-corre da política, algumas pendências em casa (saúde da vovó inspirando cuidados) e a reforma do novo apartamento seguindo, paralelo à falta de tempo. Ah, e nesse meio tempo ganhei um carro e, olhe só, ele resolveu dar problema justamente agora, quando as finanças estão à míngua e a reforma entra na fase de acabamento - a mais cara.

Mas, em vez de reclamar disso tudo, resolvi respirar fundo. E, olhem, acho que estou me saindo bem. Fora uma dor de cabeça aqui, uma azia acolá, meu humor até que tem oscilado menos. Neste último episódio, aliás, até estranhei: enquanto o carro insistia em não dar partida, acabei fazendo amizade com o futuro vizinho, conheci a esposa dele e ouvi uma bonita história de vida.

Gilian veio de Minas Gerais para o Espírito Santo há alguns anos. Já morou em Vitória, em Cariacica, em bairros que nunca ouvi falar. Ele e a mulher, Thaís, têm uma filha de cinco anos, Anny, e agora moram na Praia da Baleia (Serra), para onde pretendo me mudar em breve. Sempre viveram de aluguel. Não têm muitos anos de escolaridade e, pelo que me contou o rapaz, levam uma vida não tão próspera.

"Se a gente não ganha nada dos pais e nem tem estudo para ganhar um bom salário, tem que lutar na vida para ter o que é nosso", recomendou-me o vizinho, enquanto tentávamos consertar meu carro. Em vão. O guincho teve que ser acionado e eis que, para minha surpresa, Gilian foi até em casa, trocou de roupa, e se dispôs a trazer a mim e a vovó Santa até nossa casa, em Jardim Camburi (são cerca de 15km de distância). Sim, ainda há pessoas boas e prestativas no mundo! No caminho, viemos conversando sobre o novo bairro, a vizinhança e planos para o futuro. Ele e a esposa ainda têm que terminar a reforma do apartamento deles, mas estão felizes por terem saído do aluguel.

Vida de pedreiro no feriadão, é mole?
Pois é... a vida prega peças. Num cenário de caos, acabei conhecendo uma pessoa do bem. Um cara que, vá lá, deve ter uns dois anos a mais que eu - se tiver! - e que está batalhando muito para deixar um chão para sua pequena filha. Posso eu reclamar da minha vida, tendo um exemplo como esse? Acho que não. Não me faltou estudo, trabalho com o que gosto, estou prestes a ter minha casa própria. O carro, com problema ou sem, eu ganhei - e Deus sabe como tem sido útil nesses tempos de carregar cimento, azulejos, argamassa e rejunte de cima pra baixo.

A vida tem me ensinado muito neste ano. Acho que não foi por acaso - ou talvez tenha sido uma profecia inconsciente - que no último 1º de janeiro eu tenha posto no meu status do MSN: "Que 2012 seja de construção". Estou construindo meu apartamento, minha carreira e, pelo visto, um novo eu. Às vezes é preciso respirar fundo, sorrir e seguir adiante para não perder o fôlego diante de tantas empreitadas. Quem disse que erguer o futuro é tarefa fácil?!

Um comentário:

  1. Primo:
    numa segunda-feira cinzenta, com um milhao de preparativos...
    Teu post me animou e foi uma lição boa pra semana.
    Avante.
    Parabens.
    E obrigado.

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