2016, ano par. De começo, parecia que seria uma maravilha. A virada foi boa, astral nas nuvens, sete ondinhas puladas, amigos queridos por perto. Os primeiros dias foram ensolarados, a expectativa no trabalho para um ano de eleições fazia tudo que estava por vir se anunciar positivamente. Mas aí 2016 mostrou a que veio.
Que ano, hein?! Ou melhor: que ano bosta, hein?! O país virou do avesso, a economia andou para trás (é bem verdade que já vinha de marcha-ré desde 2015) e foi difícil acordar e ir dormir sem um sobressalto no meio do caminho. Dois mil e dezesseis teve de tudo: seca, falta d'água, ataques terroristas, intolerância, inflação, morte de gente querida, falta de reajuste salarial, passaralho, Cunha, Dilma, Michel Temer... socorro!
Não foi pouca notícia ruim, não. E pior é que, fora do noticiário, a realidade também não se mostrou nada amiga. Em 2016 Vovó Santa quebrou o fêmur, deixou de andar, tornou-se totalmente dependente dos outros para coisas básicas - banho, higiene, escovar os dentes, pentear os cabelos -; o Parkinson avançou, as finanças da casa deram um nó (só quem tem um idoso em casa, ou por perto, sabe o gasto que dá!) e, como desgraça pouca é bobagem, a família linda-perfeita-temente-a-Deus-que-adora-falar-de-amor-no-Facebook fingiu que não era com ela e cada um continuou no seu quadrado. Eduardo? Vovó Santa? Ah, "está todo mundo apertado", ou "todo mundo tem filho, marido para cuidar, e você só tem ela". É por aí.
Continuo pensando que Deus sabe o que faz. Ou, na pior das hipóteses, que Ele sabe a hora de pesar a mão em quem merece. Deixe estar.
Mas antes que pensem que 2016 foi só tragédia por essas bandas, não foi: em maio reencontrei o rumo do meu coração e, desde então, acordo e durmo tendo motivo para sorrir, para fazer planos e tentar ser uma pessoa melhor. A vida me reservou esse espaço de felicidade em meio ao caos, de tal forma que pode estar caindo o mundo lá fora, mas eu sei que terei abraços capazes de apagar toda tempestade e me transportar para um mundo melhor, mais sincero, afetuoso e verdadeiro.
Em julho veio outra surpresa: um filho. Calma... um filho canino (ou cachorrístico, como prefiro dizer). Lipe chegou para mudar o ambiente da casa; para me fazer sentir um afeto que há tempos não sentia. Um cachorro vira-latas sem-vergonha, serelepe, comedor de sofá, de rodapé, de lençol, latidor e dramático que me enche de amor. Tudo bem que, dependendo da pirraça que ele faz, minha vontade é jogá-lo ao relento novamente (até faço essas ameaças, como se ele me entendesse), mas na mesma hora volto atrás e aceito-o como é. Afinal, nos escolhemos do jeito que somos.
O saldo de 2016 é difícil de contabilizar. Houve perdas irreparáveis, distâncias que se acentuaram, máscaras que caíram e feridas que se abriram que tão cedo não vão parar de doer. Mas também houve vitórias importantes; sobrevivi às eleições municipais, ao terremoto político de Brasília, o coração vai bem, obrigado, e as quatro patas de Lipe são motivo de muita alegria por aqui.
O ano foi difícil. Foi pesaroso. Definitivamente, não foram meses para amadores ou fracos. Mas só de passar por tudo isso já está bom. Quem sabe em 2017 a vida nos permita mais leveza? Vamos esperar...
A leveza sempre aparece no tempo certo e você esta no caminho de encontra-la rapidinho. Sucesso em 2017, será mais que merecido e que seu coração continue assim, tão bem cuidado ;)
ResponderExcluirSinto muito pela sua avó, eu tb cuido com minha mãe que tem Parkinson's e vive comigo. O conheci pelo Instagram do Lipe (Lopes tag ram 😆) e estou curtindo muito seu blog.
ResponderExcluir*Lipestagram
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