quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Meu espelho

Você já parou para pensar em quem é você hoje? No fim do expediente, quando as forças fraquejam, quando o cabelo está despenteado, quando um banho morno e um par de pantufas podem significar o maior dos desejos... quem é você? Quais seus valores, seus defeitos, suas virtudes? De onde você veio, e para onde está indo?

Eu posso ser um preguiçoso às 6 horas, quando o dia está raiando e muitos ainda dormem. Duas horas depois, sou alguém que admira os raios de sol, a beleza da grama molhada, as crianças que correm na rua porque estão atrasadas para a escola. Às 10 horas, quem sabe, sou um marombeiro ferrenho, que pedala veloz, que sua para perder as calorias acumuladas às custas de barras de chocolate e salgados fritos.

No início da tarde, quero ser forte. Quero ter pensamento ágil, perguntas feitas, histórias para contar. Ao fim do dia, sou um ser em busca de inspiração para preencher linhas e páginas com aquilo que pode mudar a rotina das pessoas. À noite, quem sou eu? Ah, não posso me esquecer, sou um resmungão de marca maior, que se queixa da dor de cabeça, dos telefonemas não atendidos, da lentidão das máquinas e do ônibus.

Quem sou? Às vezes não sei. Ou finjo não saber. Talvez esconda até de mim. Mas há dias em que sinto saudade de ser só aquela criança que comia bombons, escondido, na despensa da casa da madrinha, que brincava no quintal com bonecos de seriados japoneses, que, entre agulhadas e exames, sorria para as pessoas e podia rir e chorar sem medo do julgamento.

Ai, que saudade de mim. E você, que aqui chegou... quem é?

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