
Amor não é momento, é constância. É perceber que além daquele perfume marcante há pele, e amar a pele com manchas, pintinhas, cicatrizes, rugas. É tocar a pele da pessoa amada sem o anseio de que ela sempre arda em paixão. É repousar as mãos sobre ela em alento às horas difíceis. Amar é secar as lagrimas que molham o rosto e beijá-lo com euforia quando o sorriso anunciar a boa-nova, a conquista sofrida e alcançada.
É preciso amar os defeitos sem deixar que eles se sobreponham às qualidades. Adorar um traço de estrabismo quando eles são parte do olhar que te ilumina a alma; venerar as mãos ásperas após um dia de trabalho na roça, se essas mãos (mesmo grosseiras) são as que te afagam com devoção; admirar orelhas de abano que te ouvem com paciência quando todo o resto do mundo parece surdo aos teus murmúrios de dor.

É preciso amar sem expectativa. É compreender que se nem nós mesmos nos entendemos, exigir que outra pessoa tenha 100% de compreensão sobre o que se passa em nossos pensamentos é, no mínimo, egoísmo. Amar é respirar duas vezes antes de dar uma resposta; e na terceira, mesmo havendo dificuldade, ter a certeza de que "eu te amo" é a frase certa para sanar quaisquer problemas. É preciso amar com cautela. Mas sem tanto medo.
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