terça-feira, 6 de dezembro de 2011

O Natal já não é o mesmo

Passei novembro longe daqui porque precisei ficar mais atento a compromissos da vida real. Matérias especiais, retorno à academia, mudança. É, mudança. Depois de quase sete anos no mesmo apartamento, recentemente reformado e milimetricamente repensado por mim, vou ter que me mudar. Não por vontade, mas por outras questões que envolvem família, dinheiro e uma dose de compreensão. Ainda estou às voltas com isso.

A mudança é a parte mais chata, e afetou algo que eu sempre amei fazer: a decoração de Natal. Aliás, as vésperas natalinas sempre foram no meu imaginário a fase mais gostosa do ano, desde a infância. Pegar as caixas empoeiradas que aguardam por 11 meses sobre o guarda-roupa, rever bolinhas, enfeites, guirlandas e miniaturas de Papai Noel sempre reascendeu em mim um espírito de renovação. O Natal sempre teve, para mim, "cheiro", "gosto" e "tato". E eu sempre AMEI isso!

Este ano, entretanto, tudo mudou. As caixas continuam onde já estavam. Vejo as luzinhas nas janelas dos vizinhos e não me dá a mínima vontade de decorar a casa. Até mesmo a ida a Colatina, para rever a família e abraçar tias, primas e primos não me convenceu de ser necessária. Aquelas cores verde e vermelha, típicas da época, não mexeram comigo.

Será que estou ficando um velho rabugento, ou será que é assim mesmo? Sinceramente, tenho me questionado. Quando olho para trás, relembro os antigos Natais, na casa da minha dindinha Dica, em Colatina. Era Natais cheios de bombons Serenata, peru, Chester e Tender à mesa. Eu, como as outras crianças, correndo pelo terraço e forçando a barra para abrir os presentes.

Davam 23h30 e tia Vera - sempre ela - sentia dor de cabeça. Precisava ir em casa buscar um remédio. E lá ia ela, com o sempre escudeiro tio Dirceu. Meia hora depois, o que acontecia? Chegava o Papai Noel. E eu corria para abraçá-lo, e ganhava balas e sorrisos. Lembrar disso me faz arrepiar, como se revivesse aqueles abraços gostosos (mas o Papai Noel tinha cheiro de roupa guardada, por que será?!). Quando o Bom Velhinho ia embora, tia Vera chegava com tio Dirceu. E eu pensava "- Tadinha da tia Vera, perdeu o Papai Noel".

Os Natais da minha infância eram coloridos. Tinha CD tocando ao fundo, tinha "show de talentos" com as primas mais velhas, tinha banho de piscina à meia-noite. Este Natal vai ser diferente. Provavelmente em nova casa, com novos planos... e outros sentimentos. Ah, como era boa a época em que eu acreditava em Papai Noel e na bondade das pessoas...

Um comentário:

  1. Du, as pessoas são boas em boa parte do tempo. E Papai Noel existe (não me venha com "quáááá"). Mas os Natais mudam, porque são parte da gente, que muda o tempo todo. Beijos!

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