Pode ser aquele colega de sala que tinha uma lancheira bonita. Pode ser a menina mais bonita da escola, ou até mesmo aquele vizinho ruivo e cheio de pintinhas que sempre te chamava no portão para jogar bola. Talvez suas lembranças te remetam àquela turma que saía pelas ruas apertando as campainhas e correndo em disparada, ou, ainda, à garota que você detestava e que, com o tempo, aprendeu a admirar. De uma coisa eu não tenho dúvida: todos nós temos, no baú das lembranças e dos sentimentos, algum amigo que inevitavelmente faz parte das histórias que, relembradas, fazem sorrir com brilho nos olhos.
Eu também tenho os meus, e costumo chamá-los de "irmãos de alma e de coração". Porque não são meros amigos com quem dividi histórias. São pessoas que me viram crescer, e as quais eu também vi crescer. Loreny, Roger, Valeska... os irmãos que o tempo e a convivência me permitiram escolher. Irmãos mesmo, daqueles que brigam, que fazem bico, que puxam a orelha, que riem juntos. Amigos que fazem parte da minha trajetória. Hoje resolvi falar deles.



Vi Loreny, Valeska e Roger crescerem. Bem da verdade, Roger não é tão proximo das duas, embora tenhamos todos estudado juntos em certa época. Com Valeska e Loreny, não há limites para as conversas. É pros braços delas que eu corro quando quero ajuda, quando preciso de conselhos, quando quero contar a última novidade. É ao Roger que recorro quando os devaneios me afligem, quando alguma notícia bombástica chega, quando preciso de uma conversa séria e, ao mesmo tempo, engraçada.
Vi Roger se formar em Ciências Biológicas em 2009. Valeska, no ano seguinte, tornou-se engenheira metalurgista. E, logo mais, estarei eu, lá em Minas Gerais, gritando pela vitória de Loreny, que se forma em Direito. Porque com os irmãos da gente é assim: vale correr contra o tempo, vale perder-se nas horas, vale não medir esforços para estar junto. Não há distância, não há separação, não há cobrança. O que existe entre nós é mais forte que o útero que nos separou. Nascemos uns para os outros. Para sempre!