Quando me despedi da redação, em 2009 |
Partidas... ah, elas me partem o coração. Já devo ter dito isso aqui algumas vezes, mas é incômoda demais para mim a sensação de uma despedida. Seja do até breve ao adeus, o que fica é um pequeno nó na garganta e um coração miudinho, miudinho. E hoje, lá na redação de A GAZETA, onde trabalho, foi dia de despedida. Bem... não propriamente uma despedida, e sim uma "passada de bastão". Andréia Lopes, minha chefe, segue outros rumos na empresa e, em seu lugar, assume Elisa Rangel, até então a "número dois" da Política no nosso jornal.
Não vou deixar de ver a Andréia, tampouco mudará meu jeito de fazer jornalismo. A equipe permanece a mesma e tenho ali grandes companheiros, amigos até. Então, cadê a despedida? Bem, talvez poucos saibam, mas a única vez que pedi emprego a alguém, foi à Andréia Lopes.
Estou na Redação desde 2007, onde cheguei como estagiário da CBN Vitória, comandada, na época, pela querida "chefa" Luciane Ventura. Em 2009, minha trajetória por lá deu uma "pausa", quando findou-se meu contrato de estágio e tive uma rápida passagem (de nove meses) por assessoria de comunicação em uma prefeitura. Não era minha vocação e eu sofria por isso. Foi quando, numa tarde qualquer, mandei uma DM, via Twitter, para Andréia, pedindo: "- Me leva de volta?". Eu não tinha a menor intimidade com ela. Por que ela me daria emprego? Mas eu a admirava. Gostava de seus textos, lia as matérias da equipe que ela comandava e pensava: "- Se for para lidar com políticos, quero estar lá, e não aqui como assessor".
Comemoramos minha vitória em um prêmio, em 2011 |
Andréia foi uma colunista brilhante em seus anos de Praça Oito (onde, aliás, hoje eu atuo como interino, com muito orgulho e felicidade!), e já disse isso a ela, certa vez: uma das primeiras lembranças que tenho de jornal é ver a foto dela no alto da coluna e de Sérgio Egito, seu marido, como titular da coluna Victor Hugo, na editoria de Cidades. Há quantos anos isso aconteceu? Não sei... mas me lembro das fotos.
Andréia foi, nesses 17 meses, um freio de arrumação na minha vida profissional. "- Isso é conduta de repórter de Política?", esbravejava ela, logo no começo, quando eu postava alguma patacoada nas redes sociais (hoje estou fazendo tudo tão direitinho... será?!). Em uma das primeiras pautas que tive, dei uma cochilada no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e, no dia seguinte, minha matéria saiu toda errada. Gente, TO-DA errada. O que Andréia fez? Me chamou na mesa dela e, sem alterar a voz, saiu-se com essa: "- O que eu faço com você? Você me fez passar uma vergonha. Isso nunca aconteceu antes nessa equipe. Então, se vire, dê um jeito e eu quero um furo no concorrente amanhã. Mas não estou brigando, tá? É só um toque". Cara... teria sido melhor se ela tivesse brigado!
Do convívio diário, nasceu uma boa amizade |
Devo a Andréia muito do que conquistei nos últimos tempos. Ela não se restringiu a ser uma chefe metódica e disciplinadora. Foi amiga, foi ouvinte, me deu dicas e "toques" nas horas difíceis da minha vida fora do jornal. É bom que isso fique claro: com a Andréia, tive mais um exemplo concreto de que para ser chefe é preciso mais que saber mandar; é necessário ouvir, tentar equilibrar, sorrir quando houver graça e arquear a sobrancelha na hora em que o bicho pega. Ser chefe é ser gente, no mais amplo sentido que isso tenha.
Um brinde ao recomeço! |
Então, que sejam bem-vindas e abençoadas as mudanças. Me despeço da Andréia editora de Política, mas comemoro, vibro, faço festa e me felicito com a Andréia que fez uma verdadeira travessia na minha vida, a quem hoje eu chamo de amiga. Vamos em frente!
Sem palavras... Marcante sua experiência com Andréia. Peço a Deus para cuidar bem de vocês também. :) Bjo e obrigada pelo carinho. Ótimas férias!
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