sábado, 10 de setembro de 2011

Livrai-me do mal

Não adianta. Tem gente que, só de olhar, meu "santo" não bate. Posso tentar sorrir, vez ou outra dar assunto, puxar papo. Mas vai contra mim, é quase uma agressão. Acho que é coisa de anjo da guarda, ou algum sentido muito apurado; fato é que, de longe, consigo perceber gente interesseira, sem caráter e vendida.

Ah, os simpáticos da vizinhança... não me convencem! Começa assim: passa por você no corredor, encosta no ombro. No dia seguinte, encontra no ônibus e puxa um assunto sem pé nem cabeça. Em menos de uma semana, estão te curtindo no Facebook e, invariavelmente, sorriem e demonstram muita felicidade estando ao seu lado. Mas já experimentou surpreendê-los dois passos depois de se cruzarem por aí? O sorriso some. Simples, é falso.

Também não gosto de gente "que fala o que quer". Aqueles tipinhos que, doa a quem doer, são contra tudo e todos, que vociferam verdades próprias mas que, na hora do "pra valer", fogem da responsabilidade. São aqueles que não gostam de fulano, sicrano e beltrano, mas que: "- Ai, por favor, não vá dizer que eu disse isso. Não devo nada, mas não quero confusão". Se escondem nos bastidores da própria fraqueza e usam da língua ferina para agredir pessoas gratuitamente. Os ouvidos? Ah, estes estão sempre obstruídos ao que os outros digam.

Meu santo não bate com gente que fala alto ao celular, que abre as pernas para ocupar dois lugares no ônibus, que masca chiclete de boca aberta e que tem opinião sobre tudo, sobre todos, e força intimidade. Também não tenho paciência com quem diz, de manhã, uma coisa, e à noite age de outro modo. Coerência é charme, é pré-requisito ou, como diz uma amiga próxima, é "afrodisíaco".

Meu santo não bate com gente que acha bonito só falar de autores renomados; não acredito em pessoas que dizem não acompanhar reality shows e tampouco deposito confiança em quem provoca a discussão para, em seguida, dizer "não quero discutir". Não gosto de gente que vasculha os e-mails alheios, que usa de deslealdade em concorrência, que te elogia pela frente para, por trás, tentar puxar o tapete.

Sorte que tenho passos largos e no tapete não me embolo. Sorte que tenho amigos aos quais corro quando estou com dúvidas e medos. Sorte não ter a ingenuidade de outrora para crer que todo sorriso, de fato, é genuíno. Sorte que eu acredito em santos, e a eles recorro para livrar-me do mal.

Um comentário:

  1. E manda ver no São Jorge que ele é forte! rs

    (Ps: eu não acompanho reality show; é de verdade! Nem tenho tv aberta, só pra confirmar! hehehe)

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