Um passo adiante, e todo um caminho pode se tornar inviável. Sabe quando estamos numa estrada, não percebemos as placas e acabamos perdendo a via de retorno? Na vida também é assim. Corremos tanto, todos os dias, que às vezes ignoramos os sinais postos no caminho nos indicando a hora de parar, de acelerar, de ter atenção com as oscilações e curvas sinuosas.
Como se fôssemos carros (acho que vale a comparação), temos que ter parabrisas bem ajustados, para que a visão seja clara o suficiente adiante, e retrovisores na posição correta, para olhar para trás e ver por onde passamos, quem deixamos e, principalmente, quem está chegando mais perto, vindo ao nosso encontro. Afinal, não somos só nós quem estamos indo adiante, nessa loucura chamada tempo. Lá atrás também tem gente querendo chegar junto!
A estrada, em geral, não é fácil. Há barreiras difíceis de serem superadas, estradas pedregosas, pistas escorregadias. Em dias de céu astral nublado, verdadeiras tempestades de emoções por vezes nos atrapalham a seguir de cabeça erguida. Nesses casos, pelo que vejo, poucos são os que admitem uma paradinha "no acostamento" para esperar o tempo clarear. Vivemos nos cobrando velocidade, agilidade. Sinal vermelho: acabamos nos atropelando!
Custamos a trocar nossos pneus - leia-se sentimentos, raciocínios, maturidade emocional. Insistimos em seguir viagem desgastados, cansados após um dia inteiro de trabalho ou de uma grande crise pessoal. Queremos fazer as curvas em alta velocidade quando mal acabamos de sair das pistas de alta velocidade. Há, hoje em dia, uma eterna busca pela "próxima emoção". A próxima boca a ser beijada, o próximo desafio profissional, troféu seguinte a ser conquistados. Vamos para essas batalhas desalinhados - de corpo e alma!
Por quê tantas metáforas?, vocês hão de me questionar. Porque, meus caros leitores (e amigos), após muita quilometragem rodada acima dos 100km/h, tirei o feriado de Corpus Christ para fazer meu pit stop. Cercado da família, em Colatina, com crianças que eu amo, primas que trazem experiências e novos olhares, gente que me faz bem e me olha nos olhos.
Resolvi avaliar meu balanceamento, ajeitar meus retrovisores do espírito, os parabrisas da visão e, principalmente, dar uma arrumadinha nos pensamentos. Me desfiz do que parecia fora do lugar e ajustei, na alma e no coração, as peças novas que já vinha adicionando à velha lataria. Pronto, depois do feriado, posso voltar para a autoestrada e rodar mais um pouco. Com um pé no acelerador, e outro no freio.
Alguém quer uma carona?
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