
A ideia surgiu ontem, quando recebi o link para o curta-metragem "Eu não quero voltar sozinho", de Daniel Ribeiro. É pequeno - pouco mais que 17 minutos -, mas traz uma mensagem bonita; a história de três adolescentes que estudam juntos. Um deles, cego, precisa da ajuda da melhor amiga para se encontrar no mundo. Ela, uma garota tímida, parece ver no amigo uma espécie de âncora para as próprias inseguranças. E eis que surge um terceiro elemento, um aluno novato, que soma à dupla um viés diferente... a descoberta do amor.
Seria mais uma história de amor, de tantas outras que já vi no cinema e em novelas, se o curta não abordasse, com uma singeleza singular, a descoberta de sentimentos entre dois garotos. E antes que alguém aí do outro lado se sinta ofendido ou ache que estou aqui fazendo alguma apologia, explico. Não vi nessa história a beleza por se tratar de um amor entre iguais. Aliás, passo longe da polêmica. Mas gosto de histórias bem contadas, de ser espectador de tramas factíveis, dessas que a gente vê por aí - entre meninos, meninas, velhinhos. Histórias de amor!

"Eu não quero voltar sozinho" é, mais que um curta-metragem sobre dois meninos e uma menina, um retrato da cegueira da gente. Dos momentos em que surge a paranoia, em que buscamos braços que nos guiem e, no vazio, perdemos a noção do espaço. Um bonito relato sobre a importância da amizade. Sobre como ganhar a confiança de alguém sem pedi-la. Uma paráfrase de gente de verdade, com "pele branquinha, cabelo todo enroladinho, olhão". Ou, talvez, de pessoas sem nenhum desses predicados, mas um coração disposto a sentir e receber carinho.
No fim das contas, ninguém quer, mesmo, voltar sozinho para casa.
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