
Não falo aqui dos adultos que moram com os pais e ainda são sustentados por mesadas - muito embora ache isso um tanto estranho, confesso. Refiro-me a indivíduos independentes, que ostentam cabelos brancos, um pé-de-galinha ali, outro acolá, mas que se comportam como recém-saídos da 8ª série do Ensino Fundamenta;, cheios de medos, mudanças de humor e comportamento, como se seus hormônios ainda estivessem em fase de ebulição.
Eles querem ser gente grande e bancar decisões e posturas, mas não sabem nem a que vieram ao mundo. Num dia, querem um grande amor. Passadas 24 horas, decidem só buscar sexo fácil. E, se bobear, chegam à manhã seguinte querendo dormir abraçados ao ursinho de pelúcia, com medo do bicho-papão em que se transformara a vida. Eles se dividem entre compromissos profissionais e bares de azaração para "novinhas" e "novinhos", desconsiderando as marcas que trazem na pele - será que têm em casa um espelho turvo?, penso.

Ah, esses adolescentes tardios... brincando com o passar dos anos como se a vida fosse um eterno recreio colegial. Desculpem-me os árduos defensores do diálogo augustocuryano ou das palavras de conciliação de Içami Tiba, mas acho que para conter a demência de adultos de calças curtas, só há dois remédios: o chá de silêncio ou umas boas palmadas, dadas por pai e mãe. Afinal, ninguém é obrigado a curar birra de criança balzaquiana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário