Elas são um verdadeiro patrimônio cultural do Brasil dos tempos atuais. Chapinha ultralisa feita, unhas francesinhas longas, pernas torneadas por horas de academia, braceletes multicoloridos. Características periféricas ante ao centro das atenções voltadas a elas: o microvestido, um palmo de comprimento.
Recorro a um jargão batido da internet para falar delas: "periguetes não sentem frio, arrepiam para causar". Não entra na minha cabeça que essas moças bonitas, muitas vezes universitárias e cheias de atitude achem cômodo usar uma roupa que mais lhes incomode que lhes vista. Afinal, para manter o par de coxas exposto à visão masculina, elas têm que recorrer ao "puxa daqui, puxa dali" se não quiserem entregar o "ouro" ao olhar dos marmanjos.
E não são só as periguetes que entram no rol das vestidas-mas-não-vestidas. Há as atendentes de consultório que vestem blaser sobre profundos decotes, há enfermeiras que dispensam a lingerie para não terem a derrière marcada, há as professorinhas que usam coque para expor a tatuagem de fênix que começa no pescoço e se estende ao cóccix.
A ala masculina também tem seus representantes. Ou vai dizer que é bonito um homem expor meio metro de cueca por baixo de uma calça frouxa? E essa moda, meu Deus, das bermudinhas com barra italiana acima do joelho? Os mais "descolados" (pra usar a palavra da moda) fazem da gola V um verdadeiro decote, esfregando na cara da sociedade os tufos de pelos que brota do meio do peito. E no time dos modernosos-moderninhos-quero-ser-diferente estão também aquelas criaturas com pelos sob os braços que cortam as camisas e fazem delas regatas profundas, com cavas que vão à cintura.
Tempos estranhos esses em que tudo pode, em que tudo vale. Acho que carrego certo puritanismo besta, e isso me faz desentender o comportamento das pessoas. Pernas torneadas merecem ser vistas, tatuagens nas costas devem servir de chamariz aos pensamentos desejosos. Nada contra!
Mas, gente, saia coxa acima e calça bunda abaixo não são nada bonitas. Nem sexies. Vulgaridade tem limite, e recorro à Lya Luft para terminar meu surto de consultor de closet dos tempos modernos: compostura e canja de galinha não fazem mal a ninguém. Nem um pouquinho de pano a mais, ok?!
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