quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

"As Cacheadas"

Depois da estreia, logo mais, de "As Brasileiras", reunindo 22 grandes atrizes da televisão brasileira, a TV Gazeta colocará no ar uma nova microssérie, em cinco episódios, contando a trajetória de capixabas que se destacam por terem personalidades fortes. Para o novo projeto, nada de escalar Juliana Paes, Fernanda Montenegro, Sandy ou Xuxa Meneghel. Foram escolhidas pessoas comuns, que a gente vê todos os dias. Em comum, as madeixas onduladas, presas ou soltas, curtas ou longas. Elas são "As Cacheadas". A conferir:

A estadista do Itabira (Andréia Lopes)
Ela veio ainda pequena das distantes terras de Cachoeiro de Itapemirim. Inquieta, desde menina corria os morros da cidade cantarolando Carlos Gardel, e se enganavam os que achavam que pode detrás da cabeleira loura se escondia um anjo. Andréia tinha um desejo oculto: levar o mar até a Terra do Rei Roberto. Como geografia não se muda, ela infiltrou-se na Capital, formou uma gangue de mulheres bronzeadas e há mais de dez anos aguarda o momento exato para dar o golpe de Estado. Será que ela conseguirá ampliar os domínios de Cachoeiro até onde batem as ondas do mar, em Camburi?

A novata da Casa (Elisa Rangel)
Ela é misteriosa. Chegou há pouco ao condado das cacheadas e guarda um grande segredo do passado: a cacheada morena já teve uma passagem pela polícia. Terá sido ela uma delegada? Uma foragida? Dizem que ela é uma agente disposta a desarticular o esquema da Estadista do Itabira, para evitar que Cachoeiro, terra fresquinha e pacata, herde uma praia sem quiosques. Ou será que ela usará suas informações privilegiadas na área policial para desmascarar os criminosos do colarinho branco?

A magistrada de Marechal (Ednalva Andrade)
Mulher de fibra, mulher de coragem, Ednalva vestiu a toga por cima da peixeira e está disposta a vencer o mal. Na infância, a menina moça das serras capixabas aquecia as mãozinhas na fogueira antes de ir para o grupo escolar, com tantas outras criancinhas ingênuas. Mas o calor do fogo não era maior que o ardor de seu senso de justiça. Ednalva quer mais, muito mais. Quer vênias, recursos e jurisprudências para se transformar na guardiã da moralidade e da conduta ilibada. Quem entrar em seu caminho arcará com os rigores da lei.

A rica do Mochuara (Vera Ferraço)
Ela faz o estilo femme fatale. Sapatos altíssimos nos pés (vermelhos, claro), cabelos cor de ouro com corte desestruturado, Vera se transforma num furacão toda vez que entra no carro. No porta-luvas, um Veuve Cliquot: ela gosta de dirigir perigosamente pelas avenidas de Cariacica e corta a BR-262 sem tirar o pé do acelerador. Aclamada pelos lojistas e invejada pelas loiras lisas sem pedigree, ela carrega no nome o peso do poder: Ferraço. Dizem as más línguas que foi dela a ideia de uma máquina de fazer chover em Cachoeiro de Itapemirim. Seria esse também um dos motivos que trouxeram Andréia à Capital: ela quer vingança, pois toda vez que passava no Centro de sua terra natal, tinha os óculos molhados graças à engenhoca ferracista.

A bailarina que samba (Mariana Montenegro)
Ela nasceu em Vitória e desde pequena queria ser famosa. Madeixas esvoaçantes, sorriso no rosto, pavio curto. Por trás dos olhos de calmaria, se esconde uma mulher que estremece Vitor, seu fotógrafo oficial e amante misterioso. Ele faz um tipo Clark Kent, com óculos à Superman; ela usa da leveza que aprendera no balé para desfilar pelos corredores do poder e sambar na cara de quem a tem como meiguinha e boazinha demais. Mariana é uma mulher de artimanhas: faz voz melosa e sorri aparentemente ingênua para saber tudo que se passa nos bastidores da sociedade capixaba.

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